domingo, 18 de maio de 2014

A SEQUÊNCIA DE OURO PARA A FLUÊNCIA EM ESPERANTO

A sequência de ouro para se atingir a fluência oral em Esperanto é a seguinte:
Primeiro, dedique-se a um aprendizado focado na conversação, em que haja centenas e mais centenas de perguntas a responder sobre textos relacionados a assuntos do dia a dia, oralmente. Este é o processo da incubação ou encerebramento das fórmulas conversacionais no fundo do neocórtex e da musculação do aparelho fonador para se adaptar aos sons, articulações e fonemas da Língua Internacional.
Essa pegada concentrada e regular deve ser cronometrada para durar seis meses. Nesse período de alimentação do disco rígido neocortical com a língua questionarizada, deve-se dedicar duas horas diárias de estudo, autodidaticamente (já que não há curso diário presencial voltado para esse tipo de exercício baseado em perguntas e respostas sistemáticas).

O princípio é pegar os textos básicos ou corpus de extração das perguntas correlatas, lê-los (em voz alta) e fazer a intelecção de todo o conteúdo exposto, com estudo do vocabulário e das regras, evitando-se tanto quanto possível fazer traduções ou acessar dicionários Esperanto-português. Em seguida, responder às questões já pré-existentes e depois elaborar e responder, oralmente e por escrito, às próprias questões sobre o texto lido,
 buscando dar voltas para improvisar formas alternativas de perguntas e de respostas.

A premissa é que tudo que se diz pode ser dito de outras formas e/ou com outras palavras. O cuidado do aprendiz ou autoaprendiz ou mesmo do professor que está ensinando é de prender as formas alternativas de expressão à mesma base gramatical, para evitar internalização de formas erradas ou de palavras descontextualizadas.
Para fins impulsionais na criação dos próprios questionários, deve-se explorar as ki-demandoj da tabela dos correlativos (
kio/kiu/kie/kiam/kial/kiel/kiom/kia) e também as perguntas com cxu, desde que com respostas além do sim/não. [Para ver nossa lista de perguntas-exemplos, clique em 
http://jotakaeme.blogspot.com/2014/08/hipotezo-pri-la-paroleco-kiel-la-korpo.html .]

Quem puder treinar a pronúncia com o auxílio da internet, onde há o já famoso programa de laboratório de pronúncia (
www.sites.google.com/site/lernupt/laboratorio-de-pronuncia ), melhor ainda. Há também filmes, vídeos no Youtube com aulas e uma infinidade de textos, músicas etc. Isso tudo pode ser de boa chegança, mas, no começo, o mais importante é o estudo pessoal frente ao papel, com a paciência, a calma e a disciplina que só o velho estudo feito à luz de vela conseguia favorecer.
[A inteligência apreensiva do cérebro dos adultos anteriores à geração y não é multimídia nem paralela, mas, sim, serial, ou seja, no ritmo uma coisa após a outra. E isso é bom. O processo de aprendizado, como o próprio nome já diz, é um processo, ou seja, uma sequência de atos de apreensão. Por que multiestimular os vários canais do cérebro em detrimento da calma e da paz neuronal? A multimidiatização pode ser mais inteligencial, mas é superficializadora e é estressante, principalmente para quem é oriundo do tempo do “Junulkurso”. Só deve ser mais explorada quando na vivência, na aplicação do que já se internalizou teoricamente. Os grandes usuários de tecnologias são o pessoal das gerações y e z, embora os grandes criadores de recursos é o anônimo pessoal que faz os programas, a maioria vindo da escola antiga, do tempo em que se programava em Cobol e Assembly, e que hoje está aí de cabelos brancos alegrando a criançada tecnointeligente, mas (semi)analfabeta na arte de pensar lógica e metodicamente, por falta de substrato leitoral, por falta de um bom primário (resguardadas as exceções, que são as crianças índigo ou multi-inteligentes).]

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Depois de sair da incubadora cognitiva semestral, deve-se partir para a luta, usando o Esperanto com outras pessoas, quer oral, quer escrituralmente, enquanto se vai aperfeiçoando mais e mais na fluência laboratorial, ainda que refinando e variando os métodos. Isso vale principalmente para quem não se viu ainda fluindo como gostaria. Neste caso, o processo de repetição de perguntas e respostas em voz alta deve prosseguir, até se perceber fluindo razoavelmente.


A fluência só se consolida com a prática constante do que se aprendeu. Parte-se do artificial, que é o método disciplinarizado pela prática cognitiva diária, e segue-se em busca do natural, que é deixar a língua se automontar e sair por si mesma frente aos estímulos conversacionais.
Assim, rompem-se eventuais barreiras neuropsicológicas de forma espontânea, pela continuidade da teorização praticizante (laboratórios ou estudos autodidáticos) e pela subsequente insistência em se falar constantemente em Esperanto. Isso massageia, exercita e incita o córtex-frontal a “raciocinar” cada vez mais automaticamente em Esperanto.

o misoneísmo cerebral, que é o fenômeno de resistência ao novo oferecido pelo cérebro sempre que é instado a absorver uma coisa nova, ou por medo (neofobia) ou por preguiça. Mas com a qualidade do método associado com a satisfação íntima no curso do processo cognitivo, o cérebro vai cedendo lugar ao prazer de falar e de se ver falando sem esforço. Circuitos cerebrais antagônicos (uns de resistência contra o novo e contra o esforço e outros de aceitação com prazer (córtex órbito-frontal)) digladiam-se durante algum tempo, até a vitória da resistência do neofalante contra a resistência do cérebro, que em princípio gosta mesmo é da língua materna.
 [Materna aí entenda-se no duplo sentido. Materna, porque vernacular, e materna, por ser a primeira ouvida e usada como meio de comunicação com a própria mãe do sujeito, que agora, para o cérebro, é um traidor, um desalmado, um insensível com a tradição familiar.]

Língua é um fenômeno natural (ou naturalizado), mas é também um fenômeno humano, portanto, afetivo. Por isso, o Esperanto deve ser aprendido com amor, sem tortura, sem obrigação. O rigor do método, a disciplina das duas horas diárias no processo da incubação e a guerra mental ou intraneocortical devem ser vistas e tidas como desafios a superar rumo a uma meta, não como sacrifícios nem sofrimento. O prazer e o desejo obcecado de chegar ao cimo da montanha é o que motiva e energiza o alpinista a lutar determinadamente para vencer a escalada com suas cordas e machadinhas. Só que a montanha tem um cimo que o alpinista conhece onde fica. Já a fluência do Esperanto, nunca se sabe quando vai alcançar efetivamente, mas se se usar a corda não do relógio, mas da energia da esperança e da autoconfiança, e se se usar não a machadinha, mas o martelo para martelar o juízo com os incessantes exercícios, com certeza vai-se alcançar o cimo da fluência. E essa certeza pode advir do fato de o aprendiz-escalador já ir falando gradativamente, com os estágios, as leituras em voz alta, os laboratórios e as conversações orientadas em sala de aula, e o uso exaustivo do velho método de perguntas e respostas programadas e improvisadas. De repente, a fluência surge como resultado de uma longa e fina linha de fluências parciais que vão apontando no horizonte da aplicação linguística diuturna, ainda que (idealmente) devagar, com suavidade, com pausas para respirar e para ouvir o interlocutor.
 [O bom dialogador em qualquer língua é aquele que fala com brandura, seguindo uma etiqueta estratégica que lhe permita raciocinar e escolher as palavras e frases mais convenientes para externar, quando for a sua vez de usar da palavra. Então, falar fluentemente não é falar com rapidez, mas, sim, com elegância, com moderação, com habilidade e controle de fluxo de ideias. Particularmente o Esperanto, oralizado a partir dessa proposta, passa a ser também um exercício de inteligência emocional.]
Há outras motivações que costumam despertar mais cedo a fluência, como, por exemplo, a iminência de uma viagem internacional, a participação em um congresso de Esperanto, o interesse em receber esperantistas na própria casa, a conquista de um coração esperantista, a vontade de falar sobre suas ideias, ofícios, talentos ou artes em Esperanto etc. [A própria Arte em si dá uma coragem especial, inspiradora, para se "jogar" logo o Esperanto para fora, ou pela voz ou pela escrita. É o que pode ter motivado a poetisa Adèle, do Congo, a falar em Esperanto após apenas quatro dias de aprendizado. Vide em
 https://www.youtube.com/watch?v=cYTnkOPvb7Y&list=PLrHTBT4qo1pw241UFIHN%C4%89sMBXwj9fxIN. No caso, a arte motivadora foi a própria Poesia.] Aprender por mero diletantismo já é bom, mas, quando se tem uma motivação especial, melhor ainda.


Mesmo quem já domina a gramática, mas não fala, deve reservar esses seis meses para o trabalho dirigido para a conversação, porque é uma oportunidade de se dar um salto de qualidade na sua vida de esperantista, a menos que não se queira fluir oralmente na língua e se contente apenas com o prazer de divulgar, ler, escrever, ouvir e ensinar o Esperanto.
 [Conhece o bordão “quem sabe, faz; quem não sabe, ensina”? Pois é. Há missões para tudo no campo da divulgação do Esperanto. Mas, o prazer de falar com fluência e desenvoltura é ímpar, não privilégio dos mais inteligentes, mas privilégio dos que quiseram botar a língua pra fora. Simples. Dedicaram-se especificamente a esse objetivo, ou já durante o aprendizado básico, ou a partir de certa fase de sua vida como esperantista.]

Mas, enfim, o que é falar fluentemente em Esperanto?
Bem, o Esperanto, como todo idioma, não é somente um fenômeno natural. Ele é também um fenômeno racional. Toda língua humana tem essa dualidade. É uma manifestação inteligente elaborada, ainda que possa ocorrer sem pensar, já que a fala é também uma expressão emocional, impulsionada de zonas profundas do cérebro, confundidas com o próprio inconsciente. Ninguém fala sem regras, mesmo quando estas saem aleijadas, e as regras são aprendidas, ou naturalmente ou artificialmente. Então, fala fluentemente é quem internalizou as regras pela repetição, já memorizou o vocabulário básico necessário para sobreviver na selva dos contatos comunicacionais humanos, e ponto.
O ideal é haver uma memorização gradativa como fruto de uma insistência metodológica e de uma repetição do que se aprendeu, mesmo que pareça enfadonho. Quanto mais se repete o que já se sabe, mais fundo se introduz o saber para uso futuro e proficiente. É o segredo do método Kumon. Treina-se o cérebro para raciocinar rápido e corretamente a partir de exercícios continuados e gradativos dos fenômenos gramaticais, sem necessariamente ter de se saber a teoria das regras nem o nome dos institutos gramaticais. O importante é se saber qual é a regra da vez e usá-la repetidamente em exercícios pré-programados ou improvisados.

Ressaltemos, contudo, que quanto mais prazerosos forem o método, o texto, o estilo do professor, mais chances há de se memorizar permanentemente as regras e palavras. A memória cerebral é naturalmente seletiva para aquilo que lhe causou prazer bem como para o que lhe causou estranheza, espanto, surpresa. É bom se apaixonar pelo processo cognitivo e incubador. Analisar com a lupa cada palavra nova, cada regra nova. Recepcionar o novo com sorrisos. Curtir cada nova etapa, cada nova lição. Estagiar sempre que possível, em situações práticas, para vivenciar o que já aprendeu.

No caso do Esperanto, há algumas peculiaridades a observar e que talvez acabam intimidando muitas pessoas de boa família a soltar a língua. Quais são?
Primeiro, a maioria de nós parte para aprender o Esperanto depois de já ter fracassado no aprendizado do inglês. Trauma número 1.
Segundo, a maioria de nós parte para aprender o Esperanto depois de a moleira já ter se calcificado por completo, ou seja, quando já está adulto, cheio de bloqueios, traumas escolares da infância decorrentes dos métodos engessantes de aprendizado, cheio de dúvidas e de dívidas, frustrações amorosas, problemas neurológicos etc. Por outro lado, quem busca aprender Esperanto é porque quer aprender. Isso é vantajoso. Ele não o faz por obrigação. É meio caminho andado para um processo prazeroso de aprendizado, desde que não haja traumas ou decepções com o método ou com o professor durante a sequência cognitiva.

Terceiro, aprendemos logo nas primeiras aulas que o Esperanto é uma língua universal. Logo somos orientados a aprender o Esperanto gramaticalmente correto. Não existe Esperanto descritivo ou informal. O Esperanto é subordinado a uma gramática culta e unificada, para se manter seu estado puro e evitar variantes ou até dialetos mundo afora. Isso cria a síndrome de hipercorreção ou perfeccionismo na cabeça de adultos já “prejudicados” e que são inimigos da fluência sem cabresto.

Na prática sabemos e vemos que há o Esperanto falado, e aí ele sai de qualquer jeito da boca dos falantes, e há o Esperanto escrito, que também pode ter traços de oralidade, se for usado em chats e mensagens informais pela internet. E há o Esperanto escrito formal, que é o dos livros, revistas, artigos etc. Claro que o Esperanto dos botecos deve ser igualmente padronizado, a partir de uma consciência preservacionista individual, mas, via de regra (não gramatical, mas cultural), o que se falou e da forma como se falou, está falado. O Esperanto vivo é aquele que acabou de ser falado num processo comunicacional e que pode ou não ser revisado visando a uma melhor regulação ou compreensão do interlocutor. Mas isso não pode virar uma neura, porque senão gera um cancro duro antifluidor. A questão não é ter coragem de falar. A questão é ter necessidade de se comunicar afirmando, negando, perguntando ou respondendo. Em princípio é isso. O Esperantista comum não tem que ser necessariamente um intelectual, um linguista, um gramático. Ele é apenas um usuário de um Esperanto que dê para o gasto. O esperável, contudo, é que esse Esperanto para o gasto seja razoavelmente correto, ainda que contaminado com formas de expressão típicas da língua materna, o que se corrige com leituras de textos em Esperanto modelar.
Frise-se que o chamado Esperanto modelo não é exatamente um Esperanto correto. O Esperanto não é uma língua dos anjos. É uma língua dos homens e feito por um homem. A rigor, não existe língua correta. Existe língua feita para comunicar, e as regras são antes convenções para regular e uniformizar os códigos de entendimento entre os falantes codificadores e decodificadores. O Esperanto foi criado e proposto por Zamenhof (em 1887) como ele foi criado, com seus idiotismos, expressões idiomáticas, figuras de linguagem e todos os demais traços de línguas naturais, intencionalmente, apesar da sua gramática basicamente lógica. A diferença é que foi criado para servir a toda a humanidade como a uma grande aldeia global. Daí não haver sentido na geração de dialetos e variantes regionais no Esperanto.
Então, Esperanto modelo é o Esperanto de Zamenhof e, de seus contemporâneos e o de alguns clássicos do século XX

Diga-se de passagem que não existe o Esperanto clássico. O Esperanto do fim do século XIX é o Esperanto ainda vigente. A partir de uma ótica estruturalista saussuriana, diacronia e sincronia confundem-se na aplicação prática da Língua Internacional.] O Esperanto da primeira geração é e deve ser sempre o modelar, primeiro porque já nasceu e ainda é perfeito para preencher as necessidades de expressão em todos os níveis e ambientes temáticos, e, segundo, porque é o guardião da uniformidade no tempo e no espaço das sociedades de esperantistas anônimos diasporizadas em todos os quadrantes do globo e das gerações de falantes, inclusive as do futuro pós-transicional planetária.

Mas o segredo de usar o Esperanto o mais modelarmente possível está no processo de aprendizado. Quem aprende certo, tende a usar certo na vivência prática, assim internalizando as regras, como se elas fossem naturais.
 [Os paraenses, por exemplo, usam um português que, para o resto do Brasil é considerado culto, mas que para eles é natural (especialmente quanto ao uso dos pronomes). Questão de condicionamento histórico do cérebro, de aprender o português culto  herdado dos pais e avós e da comunidade. As novas gerações de lá falam corretamente sem saber por que e sem consciência de que falam o português culto. O importante é a língua materna que internalizaram desde cedo.]

No caso da internalização do Esperanto para uso oral, siga-se a bula escolar. O Esperanto não é a língua materna, mas pode ser uma língua maternal. Se houver um aprendizado dentro de uma metodologia que privilegie o Esperanto modelo, transmitido com amor e bom humor, mesmo quando intermediado com alguma exigência ou cobrança mais chata ou com as famigeradas provas, a tendência é que o aluno, quando acender a sua luz na vivência linguística, falará modelarmente, porque terá herdado não a língua da mãe, mas a língua do método cognitivo e afetivo, veiculado pelo professor e pelos textos que usou para se exercitar.
Claro que o aperfeiçoamento seja permanente, buscando-se dominar cada vez mais o Esperanto modelo.

Na sala de aula o professor deve falar em Esperanto o tempo todo, à exceção das traduções eventuais. A sala de aula é uma oficina linguística, um liceu, onde se vai praticando o que se aprendeu em casa.
Hoje os cursos de Esperanto, pelo menos no Brasil, têm de ser no sistema EAD semipresencial, ou seja, o aluno deve estudar e fazer exercícios passados pelo professor e ir à escola uma vez por semana, a fim de se exercitar presencialmente com o professor e demais colegas, sendo que o professor tem a função precípua de orientador. Ele não deve exercer o papel principal de ensinador, mas sim de introdutor e orientador das lições do método, fazendo também o papel de revisor do que cada aluno vai falando, facilitando vivências, estimulando improvisações, rodadas de perguntas e respostas e de conversação livre, jogos, músicas e por aí afora, tudo sem tradução, diretamente, emulando ambientes da vida social lá fora.

Mas o estudo do conteúdo programático do método deve ser feito em casa mesmo, a menos que a aula presencial seja longa suficiente para possibilitar estudo gramatical e prática, ou que haja mais de uma aula por semana. Neste caso, o professor pode ser ele mesmo o ensinador da lição e pode fazer depois os demais papéis pedagógicos.
O importante é haver a pegada de seis meses, a sequência de ouro, a sós ou com a ajuda de um professor ou pelo incentivo de um grupo, centralizadas no estudo analítico individual, com a observância e criação de uma exaustiva sequência de perguntas e respostas, para se chegar ou perceber, do nada, a língua vivendo por si só a partir de seus lábios, ainda que antes a partir de sua caneta, de sua leitura e de sua escuta incansáveis. É um momento mágico e felicitador ver-se usando a língua de improviso, sem partitura, formando as sequências de palavras praticamente no ato, sem cansar o cérebro e o aparelho fonador, sem pensar muito, sem traduzir mentalmente para falar.  Mas para se chegar a esse momento mágico ou de ouro, tem que se anteceder uma sequência conducente e luzente a esse propósito.
Tirantes as criancinhas e os superdotados linguísticos ou verbais (que são poucos) a grande maioria de nós da geração tecnologizada e avessa aos livros, principalmente aos didáticos sem recursos de apoio multimidiáticos, só consegue alcançar a vitória da fluência oral em qualquer língua não materna, se for com um método conversacional e que seja encarado com muita disciplina, diuturnidade e resistência contra resistências, principalmente do próprio cérebro, em princípio, e da timidez, que se caracteriza quer pelo medo de se expor errando, quer pela vergonha ou acanhamento resultante de traumas inibidores trazidos da infância familiar ou escolar.
Claro que quanto mais se pratica a fala, mais vai se automatizando a língua nos vários córtices cerebrais e mais vai se ajustando o aparelho fonador aos fonemas próprios da nova língua. É um exercício constante, que pode ser feito presencialmente ou pela internet. [Três dos melhores meios virtuais para a prática conversacional atualmente são o Paltalk, o Hangout (do Google+) e o Skype.]

Leitura recomendada para quem quiser aprofundar o tema: “Fluência em Esperanto” (Livro+DVD), de Emílio Cid e Luiz Portella (editora Pentuvio).

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