POR UMA REFORMA DE CONTEÚDO NA EDUCAÇÃO
Josenilton
kaj Madragoa
O processo de educação passa pela educação dos sentidos,
do intelecto, dos instintos, já desde o berço, e até o túmulo. A verdadeira educação,
aquela derivada de "educere", ou seja, de canalizar o que se sabe para
fora, é desinstitucionalizadora, libertária, despertativa da consciência, humanizante,
estimulante à criatividade e ao pensamento direto e autônomo. Mas ela também é ou
deve ser socializante, solidarizante e estimulante à prática das virtudes sociais
universais, ensinadas e exemplificadas pelo Cristo. Sim, não estamos aqui na escola
da vida terrestre, com liberdade absoluta para nada. O anarquismo dos sonhos é uma
ilusão entre nós. A Terra como um todo é um grande educandário, cuja cartilha comum
a todos são as doces e suaves lições do Evangelho do Cristo. Ele é o maior educador
de todos os tempos, mas, infelizmente, ao mesmo tempo tem sido o menos citado nas
salas de aula das escolas laicas. Mesmo nas escolas vinculadas a alguma religião
cristã, ele tem sido o mais mal compreendido e deturpado de todos os grandes mestres
do saber universal. Isso ocorre, justamente porque sua proposta pedagógica, a que
chamamos de Evangelho, foi institucionalmente religiosizada poucos séculos depois
de sua implantação na escola da vida terrestre, afastando-se bastante da pureza
de seus ensinamentos.
Não basta ampliar a verba
pública para o setor educacional, nem somente aparelhar melhor as escolas, nem oportunizar
que todos os pobres (econômicos) estejam estudando. Falta uma ênfase na renovação
dos conteúdos programáticos. É necessária uma retomada de consciência de que todos
somos pessoas de direitos e de deveres. Todos temos direitos a estudar e a incluir-nos
nos quadros instituídos, mas também temos direitos de estudar-nos e de incluir-nos numa
consciência nova de cidadania terceiro-milenária e integral, sem fronteiras, sem
barreiras, sem tolerâncias a políticas excludentes. Isso são direitos e são também
deveres. Deveres de cada um consigo mesmo, como estado-indivíduo, e deveres com os outros,
como cidadão do estado-sociedade, isso em nível geral de todas as relações.
Urge uma educação
nova, que se proponha pelo exemplo e reestudo de valores pautados na justiça, no
bem comum e na ética, isso tudo sem imposições de ideologemas tidos como verdades,
mas, sim, a partir de uma proposta de relativização de todo cognema ou verdade cognitiva.
Só a verdade das virtudes sociais crísticas é que deve ser considerada absoluta,
porque universal e eterna, portanto suprarreligiosa e supraideológica.
Enfatize-se, como disciplina de primeiro horário,
a pedagogia de Pestalozzi, humanizante, integralizadora e consciencio-despertativa.
Inclua-se o universalismo pansófico de Comenius, pautado na interdisciplinaridade
harmoniosa e principalmente convergente para o que é mais essencial de se saber
e de se praticar por todos -, pais, alunos, professores e administradores escolares,
para o benefício integral dos seres individuais e coletivos. Agregue-se o cognitivismo
libertador de Sócrates, como ferramenta de se evitar o erro e de se proceder acertadamente,
a partir do conhecimento do certo e do errado. [Eu sou a
favor da interdisciplinaridade já nas salas de aula do ensino fundamental,
desde que se substitua Charles Darwin nas aulas de Ciëncias por Alfred Russel
Wallace, que fez as mesmas pesquisas e descobertas que Darwin, mas que
também concluiu sobre a evolução espiritual e sobre os fenômenos mediúnicos
como verdades inquestionáveis da natureza. Por uma questão de justiça cognitiva na atual
contemporaneidade geotransicional, Wallace deve ser desenterrado dos túmulos da
história, para ser colocado na cátedra do saber terceiromilenário. As novas
crianças precisam saber.]
Inclua-se em todas as disciplinas uma ótica mais
ampla e acima dos conceitos científicos tradicionais, para oportunizar a todos os
alunos uma percepção mais profunda e esperançosa da vida experiencial humana na
Terra. Para tanto, urge lecionar sobre Deus, como inteligência suprema e causa primária
de todas as coisas; sobre a imortalidade do Espírito e seus corpos materiais e semimateriais;
sobre a pluralidade dos mundos planetários e estelares visíveis e invisíveis, com
as biodimensões existentes abaixo e acima de suas superfícies tridimensionais; sobre
a comunicabilidade com os seres inteligentes das dimensões não geocrostais; sobre
a reencarnação (como fenômeno biológico) de mesmos espíritos em corpos físicos diferentes
na esteira do tempo evolucional; e sobre as leis morais e divinas que regem a vida
de todos nós viventes em todos os reinos da natureza terráquea e universal, material
e espiritual.
[Este último pacote cognitivo está mais bem reunido
e esclarecido na Doutrina dos Espíritos, que tem um elevado nível de universalidade
e de cristicidade. Ela foi disseminada por Espíritos superiores (a partir da obra
cognopedagógica seminal intitulada “O Livro dos Espíritos” (de 1857)). Ela usa uma
linguagem moderna, racional, esclarecedora e desmitificadora. Foi codificada pelo
pedagogo francês Allan Kardec, discípulo de Pestalozzi. Acreditamos que, juntamente
com outras linhas de saber universal, e, em face do seu tríplice aspecto cointegrado
(científico, filosófico e crístico), o Espiritismo pode coconsistir a base desse
novo currículo geral de saber terceiromilário. Cremos, outrossim, que todas as outras
linhas de saber – científico, filosófico, religioso, artístico etc – mesmo quando
mediatizadas por hierarquias, rituais, dogmas, símbolos, ícones ou linguagens míticas,
também podem trazer suas peças-postulados, naquilo que elas tenham de universal,
essencial e crístico, para ajudar na construção do mosaico desse novo supersaber
cognitivo escolar.]
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A premissa é que todo objeto de estudo pode e deve
ser analisado e compreendido sob vários prismas inter- e transdisciplinares e também
sob várias formas de saber (científico, filosófico, religioso, artístico, técnico,
cultural...) e sob várias linguagens, desde que todas convergentes às verdades universais
e eternas iluminadoras das mentes e das consciências.
Mas, toda essa forma múltipla de abordagem dos fatos
cognitivos deve bastar apenas para nos ajudar a todos nós, terráqueos, naquilo que
é mais essencial do que o próprio saber, qual seja, o amar. [Aqui o termo “amar” quer dizer
produzir, melhorar a condição de vida dos outros intimamente, como cidadãos cósmicos,
ajudando-os a acender a sua luz divina; é também instigar os outros a melhorarem
a vida de mais outros, numa rede de solidariedade extrainstitucional e livre (ainda
que com o eventual apoio de instituições sociais responsáveis dos setores público
e privado e do terceiro setor). O desafio é a libertação gradual de toda pecha de
assistencialismo institucional vicioso não responsabilizador. É como dizia a educadora
afetiva irmã Dulce: amar, mas também preparar o outro para amar adiante. Amar e
amorizar. Eis a contrapartida ou feedback para a qual se deve orientar os educandos
e dos quais se deve esperar, tanto das crianças-alunos quanto dos pais-educadores,
bidirecionalmente. Eis a verdadeira educação afetiva social. É uma disciplina que
deve permear todas os assuntos cognitivos, tanto nos ambientes escolares quanto
nos ambientes domésticos e sociais em geral.]
Atualmente, qualquer esforço de conhecimento com
objetivo diverso da amorização dos sentimentos e sentidos é ilusório, perdidoso,
escurecedor da alma, enfim, perda de tempo, principalmente na atual conjuntura tensa
e estressante de mudança de eras e suas estranhezas comportamentais mais acentuadas.
O Cristo, que é a Luz do Mundo, precisa raiar mais intensamente no horizonte da
alma de cada um. Basta que se queira descortinar de dentro de si as paisagens do
amor, da paz e da consciência divina de que todos somos detentores.
Mais urgente, pois, do que a capacitação para se
servir ao mercado de trabalho/consumo do grande sistema bigbroderiano, é a capacitação
para se servir ao Cristo, que está acima de todos os sistemas terreais. A partir
da educação consciencial, já após as primeiras lições no educandário crístico libertador
dos nobres valores do espírito imortal, é de se iniciar incontinenti um estágio
interrelacional em novos níveis, superiores, confraternativos, respeitadores, acolhedores,
consciencio-despertativos, caridosos. A partir de então, cada novo aluno da Grande
Escola, seja ele aprendiz ou educador, é de se servir, por amor e com amor, aos
próximos mais necessitados, inclusive nosso próprio inconsciente, tão desamado,
tão descuidado e tão deseducado, e que vive clamando por socorro de atenção, ora
em forma de doenças, ora em forma de explosões emocionais ou agressivas.
A partir desse
enfoque (de educação integral mais ampla convergente para uma absorção prática dos
ensinamentos crísticos), a instituição Educação passa a ser um compromisso social,
macrossistêmico, envolvendo e corresponsabilizando famílias, alunos e escolas bem
como o vendedor de pipocas, o segurança do prédio, a merendeira. Todos sejam educados
ou reeducados para atuar melhor em sociedade, amando a si e amando aos outros, dentro
da proposta pedagógica evangélica, cujas virtudes devem integrar o currículo dos
estudos familiares e escolares.
Vamos, enfim, transformar a educação, de instrumento
de poder dominador para instrumento de libertação das consciências, inclusive as
profundas, com reeducação da classe de todos os seres interiores e exteriores a
si, pela didática social e inclusiva do Evangelho puro do Cristo, o Mestre dos mestres,
que precisa e deve ser recontextualizado, para atender às novas demandas de compreensão
e adaptabilidade aos fluxos e refluxos geotransformacionais, que estão incessantemente
instigando mudanças de conceitos e paradigmas para todos nós.
2 comentários:
Educação como instrumento de libertação do homem não é utopia, mas uma necessidade urgente que devemos colocar em prática o quanto antes.
No momento que compreendermos isso, veremos desaparecer da sociedade, a violência, o egoísmo e a falta de fé.
Para que isso ocorra, cada cidadão precisa atuar de imediato utilizado o exemplo do Mestre Jesus, que nos ensinou a amar aos nosso inimigos. Cada um de nós deve usar sempre: por favor, por obséquio, obrigado e o mundo se tornará mais doce de se viver.
Prezado Mandragoa(josénilton) e Antonio Felix
Me perdoe pelo comentário, mas, primeiramente, devo dizer que acho excelente sua colocação, e devo dizer que também não concordo com as teorias de Darwin, pois, "o macaco continua sendo macaco até hoje" !! isso quer dizer que não nos originamos dele, conforme a premissa daquela teoria ! E, se o Wallace pesquisou, mas aderiu também aos mesmos conceitos, então devo dizer que, apesar de preferir as ilações dele do que a de Darwin, penso que também está desatualizado.!
Abraços
dyezzi::. site: http://yezzi.co,
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